22 abr

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o mundo vive atualmente uma epidemia silenciosa: a depressão já é considerada a doença do século. E não está sozinha. A ansiedade, os transtornos alimentares, o uso abusivo de substâncias, as compulsões digitais, a busca desenfreada por prazeres e pela estética “ideal” — tudo isso aponta para um sofrimento que vai além do corpo. É a alma que adoece.

Mas o que significa, afinal, alma?

Na tradição filosófica de Aristóteles, o termo psique (ψυχή) é traduzido como “alma” — mas também carrega o sentido literal de “respiração” ou “sopro vital”. É o princípio que anima, que dá sentido, direção e vida interior ao ser humano. Perder a alma, portanto, não é apenas uma metáfora — é uma realidade psíquica. É perder o fôlego de existir com propósito.

A sociedade do excesso e a falta de sentido

Vivemos em uma era de abundância de informações, estímulos, imagens e expectativas. Ao mesmo tempo, há uma carência profunda de silêncio, interioridade, vínculos duradouros, espiritualidade e sentido.

O documentário “A Fantástica Fábrica da Sanidade”, produzido pela Brasil Paralelo, mostra com lucidez como o modelo de sociedade contemporânea favorece o adoecimento psíquico. Em vez de buscar o essencial — o amor, a verdade, o autoconhecimento, a transcendência —, o ser humano moderno muitas vezes se vê aprisionado na busca incessante por performance, aparência e prazer imediato.

O resultado? Uma sensação de vazio que nenhuma conquista exterior consegue preencher.

Quando o sofrimento da alma é ignorado

Muitos adoecimentos hoje não são apenas disfunções químicas ou biológicas — são respostas humanas ao vazio de sentido. A psicologia, a filosofia e a espiritualidade, quando integradas de forma ética e sensível, apontam para essa verdade: o ser humano precisa de mais do que diagnósticos — ele precisa ser escutado, compreendido e cuidado em sua totalidade.

Cuidar da psique é cuidar da respiração da alma. É restaurar o fôlego de viver com profundidade.

E o que podemos fazer?

Na Clínica Scientia, acreditamos que a verdadeira saúde mental nasce do equilíbrio entre:

  • Cuidado psicológico estruturado e ético;
  • Reflexão sobre o sentido da vida;
  • Apoio emocional e vínculos saudáveis;
  • Abertura para o espiritual, quando desejado e respeitado.

Unimos ciência, sensibilidade e escuta humanizada para ajudar nossos pacientes a reconectar-se com sua essência, superar dores internas e construir uma vida com mais autenticidade e paz interior.

Um convite à reconstrução interior

Se você sente que está cansado, ansioso, triste, perdido ou vivendo no automático… saiba: você não está sozinho. E mais importante ainda: existe caminho.

Nosso compromisso é caminhar ao seu lado, respeitando sua história e acolhendo sua busca por saúde, equilíbrio e sentido. Afinal, como dizia Viktor Frankl:

“A vida nunca deixa de ter sentido, mesmo diante do sofrimento.”

 

Referências

  • Organização Mundial da Saúde. Depression and Other Common Mental Disorders: Global Health Estimates. WHO, 2017.
    https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/mental-health-strengthening-our-response
  • FRANKL, Viktor E. Em busca de sentido. Petrópolis: Vozes, 2011.
  • ARISTÓTELES. De Anima (Da Alma). In: Obras Completas. Trad. Manuel Alexandre Jr. São Paulo: Abril Cultural, 1984.
  • SÃO TOMÁS DE AQUINO. Suma Teológica. Trad. Alexandre Correia. São Paulo: Loyola, 2001.
  • BRASIL PARALELO. A Fantástica Fábrica da Sanidade. Documentário. 2023.
    https://www.brasilparalelo.com.br/documentarios/fabrica-da-sanidade

Creditos:

Berta Drumond

Categories: Artigos

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